terça-feira, 19 de abril de 2011

Tempo

O tempo passa. Mesmo quando parece impossível. Mesmo quando cada batida dos segundos dói como o sangue que pulsa sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim que sou um foracão constante. Não vivo o hoje a planear o amanhã, e não esqueço o ontem para o tentar mudar. Então fico assim parada no presente, á espera que seja levado pelo vento até bater contra algo que me fassa olhar para cima para ver o relógio e reparar que o tempo afinal passou. Com dor, mas passou. Custou mas sim, acabou. Agora é altura de passar com ele.

Desisti

Nunca fui do tipo de desistir, lutei contra tudo e contra todos, caí no chão e levantei-me tantas vezes que já perdi a conta, mas agora meu amor, eu caí e não me levanto mais. Recuso-me. Estou farta de ter os olhos fechados, estou farta de fingir acreditar nas tuas mentiras só para que sejas feliz. As tuas traições cansam-me! O mar bate na areia milhoes de vezes ao longo do dia, como chicotadas, e eu fui a tua areia e tu o meu mar por muitos meses, mas já chega, já estou farta de levar e levar. Por isso olha bem para a foto, eu hoje abri os olhos, eu hoje usei travessões no cabelo como odeias, e a partir de agora vou deixar de o esticar e libertar os meus caracóis grandes e brilhantes! Vou sorrir, vou usar argolas nas orelhas e vou deitar fora o colar que me deste. A partir de agora, vou ser eu mesma. Desistir de ti, sim porque já nem era um nós, foi a melhor coisa que eu fiz até agora.


Adeus Miguel, espero que um dia ames alguém, como eu te amei (amo) a ti.
Mas eu vou-te esquecer, afinal de contas, sou a "mulher forte"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Miss...


Tenho saudades de estar assim contigo, sentada no teu colo a beijar-te... De quando para de me beijar e pedes para eu fechar os olhos, e por vezes abro um pouquinho o olho para ver o que estás a fazer, e o que reparo? Estás a decorar-me, cada traço do meu corpo, cada cabelo desalinhado, cada covinha, cada marca...
Acho piada quando vens para minha e nos sentamos no alpendre junto ao jardim ao rir de algo que não faz qualquer sentido. Daquela vez em que estava tanto mas tanto calor que começei a fugir de ti, e pegaste na mangueira e me começaste a molhar para eu parar quieta e ir para o pé de ti.
Tenho saudades de todos os nossos momentos juntos sabes? Mas já não há nada que possa fazer para que voltes, porque tomas-te a tua decisao e foste embora...
Deixaste-me ali assim sentada, nos blocos de pedra a olhar para a água do rio... Deste-me um beijo na testa e disses-te: Toma conta de ti Sofia...  Pegas-te na bicicleta e partiste...
E eu fiquei lá durante horas a pensar que ainda ias voltar para trás, pedir desculpa e beijar-me como fizes-te milhoes de vezes antes, mas não voltaste. Sabes amor, eu ainda continuo aqui sentada á tua espera, voltas? 


Amo-te Miguel